Violência contra mulheres aumenta, diz Anuário de Segurança Pública

O 18º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado na última quinta-feira (18) e elaborado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), traz dados alarmantes sobre a realidade do país: todas as formas de violência contra mulheres cresceram em 2023. O destaque foi o número de estupros, que bateu recorde, com mais de 83 mil casos registrados.

No Manhã da Mais, a apresentadora Carol Chab conversou com a advogada, professora e Mestre em Direitos Fundamentais e Democracia, Bruna Simioni. Ela explicou que o crescimento da violência contra mulheres é multifatorial: “A gente sempre pergunta: será que a violência aumentou ou as mulheres passaram a denunciar mais? Hoje, algumas políticas públicas fazem com que elas busquem mais e tenham um suporte. No Paraná, por exemplo, temos o Botão do Pânico e a patrulha da Maria da Penha. Na pandemia, muitas mulheres não conseguiam informar a violência, não podiam sair de casa por conta das restrições, o que prejudicava os dados. Mas com a volta ao trabalho presencial, elas passam a contar novamente com uma rede de apoio – inclusive de familiares, amigos e colegas. Tudo isso facilita o aumento das denúncias”.

Para a especialista, enfrentar a violência ainda é um longo caminho a ser trilhado – já que, muitas vezes, a própria mulher tem dificuldade de denunciar um companheiro, por exemplo, seja pelos filhos ou por uma dependência financeira ou emocional. “A gente fala de uma igualdade formal, que está na legislação, mas ainda falta a igualdade material. Isso só acontece a partir de políticas públicas. Precisa haver essa conscientização da importância de resguardar direitos, de entender que as mulheres não são objetos nem propriedades de ninguém”, finalizou.