O Brasil saiu da lista de países com menos crianças vacinadas no mundo: é o que aponta um relatório recente da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Fundo das Nações Unidas para Infância (UNICEF). Entre 2021 e 2023, 14 de 16 imunizantes registraram aumento na cobertura vacinal. Apesar disso, muitas vacinas ainda não atingem a meta de 95% de adesão, estabelecida pelo Ministério da Saúde.
No Manhã da Mais, a apresentadora Carol Chab conversou com o médico pediatra Ricardo Cesar de Abreu Junior, que explicou como a desinformação nos últimos anos contribuiu para esse problema. “Durante as eleições, houve uma politização das vacinas, um lado colocou-se a favor e o outro lado se posicionou contra. O lado ‘contra’ acabou crescendo, então surgiram grupos antivacina em vários estados do país. Nesse cenário, vimos doenças antes erradicadas ressurgirem, como sarampo e poliomielite”, esclareceu.
Há também o caso da coqueluche, por exemplo, que registrou uma alta de 500% neste ano no Paraná, em comparação a 2023. “A população especialmente sensível a essa doença são os bebês menores de seis meses, que ainda não têm cobertura. Então, um paciente mais velho, um adolescente ou uma criança que não está vacinado carrega o vírus e pode afetar os mais vulneráveis. Por isso, todos precisam se vacinar: se não por eles mesmos, por toda a população”, explicou o especialista.
Para quem não lembra ou não sabe se tomou todas as vacinas devidas, a dica é pesquisar no aplicativo Conecte SUS, que reúne dados sobre os imunizantes que cada pessoa tomou. Caso a pessoa não encontre essas informações online, ela pode procurar a unidade de saúde mais próxima de casa e verificar os registros.