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Gravidez tardia: quando ter filhos é assunto para depois 17 de agosto de 2022 - 16:20

Conheça os riscos e os benefícios de optar por uma gestação tardia e a história de mulheres que escolheram engravidar após os 35 anos.

Quando a menina brinca de cuidar de uma boneca, está lidando com um dos maiores dilemas do mundo feminino: a maternidade. Apesar da brincadeira na infância, no mundo adulto, ser mãe pode ser uma escolha nada fácil. A gravidez tardia tem sido uma realidade cada vez mais comum. Entre 1995 e 2005, houve um crescimento de 49% no número de mulheres que se tornaram mães após os 40 anos, e um aumento de 61,4% no grupo entre 30 e 39 anos, de acordo com dados do Datasus. 

O maior acesso aos métodos contraceptivos, a inserção das mulheres no mercado de trabalho e a preocupação com a carreira profissional, a espera por um relacionamento estável que garanta uma real parceria na criação de filhos, a mudança na visão sobre a maternidade compulsória, além dos medos envolvidos na gestação e em todo processo de ser mãe explicam, em parte, um fenômeno que é global. E por ser cada vez mais comum, essa é uma questão de saúde pública também, especialmente pelos riscos envolvidos em uma gravidez tardia. 

A redução é gradativa, mas, após os 35 anos, a queda de fertilidade nas mulheres é maior. Por isso pode ser mais difícil engravidar nessa fase. Além disso, a qualidade dos óvulos é pior. Diferente dos homens que produzem espermatozoides diariamente, as mulheres guardam os óvulos desde que estavam no útero de suas mães. Então, os óvulos envelhecem junto com o organismo
Esse envelhecimento leva a um aumento do risco de síndromes cromossômicas e gênicas nos fetos. Há ainda maior chance de que a mulher tenha problemas de saúde prévios, como hipertensão, diabetes, doenças autoimunes ou mesmo que desenvolva doenças na gestação. Em virtude das complicações que podem ocorrer, é essencial que o pré-natal seja caprichado. Na realidade, o processo deve começar antes mesmo da gestação. 

É importante que a gestante realize uma consulta pré-concepcional para orientação, avaliação de riscos e, finalmente, para tratamento das condições preexistentes. É importante realizar o que os médicos chamam de anamnese, que nada mais é do que a consulta detalhada para verificar o histórico médico para que o especialista tenha acesso ao maior número de informações possíveis. Exames físicos também são importantes. Muitas vezes é encontrado os riscos nesse momento, como um aumento da pressão ou da glicemia. No pré-natal, é orientado sobre a importância do exame morfológico do primeiro trimestre, que mostra os riscos de anomalias cromossômicas, de pré-eclâmpsia, abortamentos, entre outros.

No caso do parto, existe um senso comum de que a mulher que passa por uma gestação tardia precise sempre recorrer a cesariana, mas isso não é verdade. A via de parto não é influenciada pela idade. O risco é maior conforme coexistirem doenças junto com a gravidez. Há muitas mulheres de 35 anos ou mais sem problema de saúde algum, que têm uma gestação exemplar. E, mesmo quando há doenças associadas, deve-se avaliar as condições da mulher no momento oportuno e então conversar sobre a via de parto.

No Manhã da Mais a jornalista Bruna Quinalha conversou com a médica  ginecologista Dra. Joseane Brito que fala dos riscos da gravidez tardia.

(Foto: Canva)

Tags: Gestação Gestantes Gravidez Mulher

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