Obra em SP sobre vítimas da covid divide opiniões
24 de janeiro de 2022 - 12:07
(Foto: Reprodução)
Centenas de manequins pairam no ar a alguns metros da linha do horizonte. Têm tamanhos e cores diversas, vestem roupas coloridas e capuzes nos rostos. Ancorados em cabos de aço, pelo ombro, parecem um grupo de pessoas a flutuar sob as cabeças de quem passeia na
avenida Paulista, em São Paulo.
Desde que foi inaugurada no dia 15 de janeiro, no pátio do espaço cultural Casa das Rosas, a obra dedicada às vítimas da pandemia e profissionais da saúde atrai olhares. Quem passa em frente não consegue ficar imune à imagem. Tem quem passe apressado e apenas vire a cabeça e quem fique instigado a parar em frente e sacar o celular.
Para o Autor da obra Siron Franco,
os 365 manequins não representam os mortos da pandemia. Após perder amigos (muitos médicos) e um irmão para a covid-19, Franco sentia necessidade de se desprender das dores da vida real, quando o país registrava 4 mil mortes por dia.
"Pode ser qualquer coisa. Podem ser pessoas renascendo. Eu queria fazer algo que eu não sabia o que era, mas que tirasse o olhar da horizontalidade", explica. "Essa função é boa pra saúde: virar o pescoço pra cima, coisa que o celular não nos deixa fazer mais."
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